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Butantan pedirá uso definitivo da Coronavac à Anvisa até dezembro

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Diretor do instituto, Dimas Covas, viajou à Brasília para falar com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, que disse que, em 2021, a pasta não comprará mais nenhuma dose de qualquer vacina

O Instituto Butantan quer pedir o uso definitivo da vacina Coronavac, do laboratório chinês SinoVac, na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) até dezembro e repetir a solicitação para imunizar crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. A espera, por enquanto, é por novos documentos da China.

Essas atualizações foram levadas à Brasília pelo diretor do instituto, Dimas Covas, que conversou, na tarde de quarta-feira (10), com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz. Foi Cruz quem conversou com a imprensa.

“Nós conversamos sobre prazos. Perguntamos para eles qual era o prazo esperado de aprovação para o registro definitivo da Coronavac na Anvisa. E também deixamos claro que, pra esse ano, não há expectativa de compra, não só da Coronavac, mas de qualquer outro imunizante”, esclareceu Cruz.

“A expectativa é que a gente vire o ano com sobra de 130 milhões de doses e já temos duas estratégias de compra para poder fazer vez ao processo de vacinação em 2022, garantindo uma dose para todos os brasileiros acima de 18 anos e duas para os maiores de 60. E se, eventualmente, tivermos a ampliação do público vacinável, também teremos imunizante”, explicou Cruz.

Estratégias

As estratégias mencionadas são a compra de mais 100 milhões de doses da vacina da Pfizer e de mais 120 milhões de doses da AstraZeneca.

Esse último ponto, da ampliação do público vacinável, também interessa ao Butantan porque Dimas Covas disse a Cruz que o instituto repetirá o pedido na Anvisa para a imunização das crianças e dos adolescentes. Em agosto, a agência reguladora reprovou a demanda por entender que faltavam documentos.

“Dimas Covas me disse que estão esperando mais documentos da China também para isso”, pontuou Cruz.

Surpresa

Fontes técnicas da agência disseram à reportagem da CNN que foram surpreendidas com a fala de Dimas Covas sobre o pedido de registro definitivo até dezembro, já que o Butantan não cumpriu o acordo de mandar os dados de imunogenicidade até o dia 31 de outubro.

O instituto foi notificado por isso e a agência encaminhou o caso à Procuradoria-Geral da União. Como todos os compromissos passam pela Advocacia-Geral da União, essa situação da Procuradoria é só administrativa e jurídica. Não aumentará o prazo da análise, que é de 30 dias.

Esses acordos não são obrigatórios. Estão sendo feitos durante a pandemia para todos os processos de análise serem mais rápidos.

Sobre a vacinação dos adolescentes, essas fontes disseram que ainda há fragilidade nos dados, que foram mostrados na última reunião da semana passada.